segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

meu berço e minha cova


Meu berço e minha cova
Meu grito e meu canto
Meu sonho e meu espanto
Que me consola e prova!

Se tenho logo esqueço
Se perco, não procuro,
Sou homem, aqui não duro:
É a vida que eu teço!

Por trás dessa ventura,
Que se avoluma e finda,
Anseio ter ainda
Pra tanta dor a cura!

Dos olhos que me afastam
Não tenho mais o amor,
E em seu último favor
Há lâminas que gastam

De mim o pouco brilho
Restante no caminho,
Que, louco e sozinho,
Desamparado eu trilho!

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