terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A GLÓRIA HUMANA

Vitral A Àrvore da Vida, de Matisse
falar sobre o que nos derrota e força a alma abrir-se
é como ceder à imbecilidade plena e ousar pintar o amor
na tela de nossa pobre vida com as pinceladas de um Matisse!
olhar o mar à espera de alguém serenamente vindo
a beijar-nos o rosto e no abraçar que docilmente traz
escancara a volúpia que nos consome e inaugura
a imensa cova à espreita de nossa humana alma impura!
admirar as gotas de orvalho que, milagrosamente,
no vazio impávido de um deserto, à revelia, brotam
há de nos matar pela ausência de virtude na água que viceja,
para que o olhar daquele homem a sucumbir, penosamente,
por muito a ansiar e a língua toda esticar, sequer a veja!
dito isso, enquanto um ímpeto de glória vagar no peito humano,
não haverá remédio que cure em nossa alma o fatal engano...  

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