O site Weak Leaks revela relatório do governo americano que descreve o Pará como uma terra sem lei, distante e pouco povoada. A morte da missionária Dorothy Stang motivou o relatório com tal descrição de nosso Estado. Na verdade, muito da violência presente no Estado deve-se à guerra de interesses entre os grandes grupos econômicos e a parcela da população que depende exclusivamente da terra para sua sobrevivência.
Raifran das Neves, na chegada dos acusados em Belém. Foto: Sidney Oliveira |
Daí nascem os confrontos entre as grandes empresas do setor mineral, do agro-negócio, e os moradores das áreas envolvidas nas atividades econômicas dos grupos. Ribeirinhos, indígenas e, sobretudo, trabalhadores rurais, formam o grosso da população que vive em constantes conflitos com os projetos econômicos daquelas empresas.
A posse da terra, sobretudo a partir dos grandes projetos agrícolas, assim como a extração de madeira, seja para a exportação seja para a criação de pastos, tem sido o ponto-chave dos conflitos agrários no Estado.
Foi nesse contexto que ocorreu o assassinato da missionária Dorothy Stang. Ela atuava desde o ano de 1985 junto aos camponeses de Anapu, sudoeste do estado, contra a grilagem e a extração ilegal de madeiras na região. A defesa intransigente da floresta e dos camponeses, suscitou a ira dos fazendeiros contra a missionária americana, assassinada com seis tiros em 2005 por Raifran das Neves, vulgo " fogoió ", a mando de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida.
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